Essa
semana foi de festa, nosso pequeno Adam deu seus primeiros passos. E incrível
como as coisas acontecem, foram meses, para não dizer anos de espera, afinal
desde que nasceu começamos a trabalhar a musculatura abdominal e das pernas cuja
meta era andar. Foram varias etapas vividas e comemoradas, sabemos exatamente
quando ele firmou seu pescoço, virou de bruços sozinho, sentou-se com ajuda,
sentou-se sozinho, rastejou, engatinhou, ficou em pé com ajuda, deu passinhos
de um lado a outro, ficou em pé sozinho, andou com ajuda e agora encorajou-se a
andar sozinho. E o danado como é, mal percebeu que podia estar em pé arriscou
uns passinhos de samba. Fica difícil transmitir em palavras o que sentimos
quando o vimos andar, sua carinha de desafiador, de conquistador. Ao olhar para
seus olhos tive a plena certeza de que ele teve consciência do importante passo
que estava dando e pude ver o quão orgulhoso estava de sua conquista. Agora
ninguém segura nosso moleque.
Mas
por que crianças com SD necessitam mais tempo que as demais para andar?
Por causa da hipotonia. Quase 100 % das pessoas que nascem com T21 possuem
baixo tono muscular, que pode variar entre os níveis moderado e severo. As
articulações mais flexíveis também são um fator que colabora para esse tempo
extra que muitos de nossos pequenos necessitam. O baixo tono muscular também é
o responsável por alguns problemas digestivos (quando são bebês eles encontram
mais dificuldade em mamar no peito, ganhar peso e tem mais predisposição ao refluxo fisiológico) além de um
movimento intestinal mais lento. A hipotonia também é a responsável pelos
retraso na fala e pela linguinha protusa.
Em
todo esse processo o importante, como sempre, é não se conformar com essa
condição, mas buscar a estimulação, nesse caso, a estimulação dos músculos, do
corpo - com sessões de fisioterapia que iniciam quando eles são ainda bem
pequenos e praticamente somos nós pais que fazemos os exercícios nas tarefas do
dia-a-dia, na hora da massagem, do banho, na troca de fraldas; e do aparelho
fonador - com ajuda e orientação de uma fonoaudióloga que nos pode orientar desde
os processos de amamentação, como também atividades que visam a desenvolver a
musculatura da boca e da língua numa preparação para a fala. Em relação aos
problemas digestivos, salvo alguns casos mais complicados que requerem
cirurgias, basicamente o tratamento se consiste em uma alimentação equilibrada
que estimule o funcionamento do intestino. Para tudo tem terapia e solução, mas
o mais importante para a saúde não só da criança como de cada integrante da
família e saber curtir o processo, de viver o caminho passo a passo, valorando
cada pequena conquista sem se preocupar com prazos e limites.
Adam
superou suas etapas com muito esforço e sempre com muita alegria e isso tem
sido o mais importante para nós: vê-lo independente, mas principalmente feliz.